ARTE: Meu lar, minha família, minha voz - por Thuane Campos

Inspirada no texto do amigo Anderson Teixeira (publicado em 13 de junho no site do Projeto PALCO), minha mente borbulhou de lembranças bonitas. Na verdade, preciso corrigir esse “parentesco”, não é apenas amigo, é irmão, assim como tantos outros que foram concebidos em cima de um palco. Nasceram. Floresceram. Viraram família.

Essa é a ideia mais simples e linda que aprendi com o teatro e não foi com os aplausos ou com a plateia lotada, aprendi na coxia, nos ensaios que duravam horas e mais horas, nos pensamentos trocados, nos abraços calorosos. Aprendi que “essa gente” arteira é uma grande família, minha grande família! Aprendi que a arte não tem fim, não acontece apenas no palco, vai pra vida, vai pro sangue, vai pro lar.

Minha vida sempre foi cercada por arte (agradeço a minha mãe), desde menina já queria morar nas aulas de dança clássica, jazz, dança de salão, teatro, canto (arriscado). E morei. Moro. Levei toda a minha vida para esse lugar que chamo de lar.  Tenho total consciência de que isso se tornou a minha forte raiz e que foi o grande responsável por conduzir os novos galhos que foram nascendo, por me fazer florescer, por ter me dado clareza nas decisões da vida.

Transbordo de gratidão por ter tido essa linda base na vida, por ter conhecido a Cia de Teatro do Projeto PALCO (Cia Vizinho Legal), por ter participado de tantas outras coisas bonitas no Projeto, por ter uma família que não é de sangue, mas é minha, cheia de irmãos e com um pai poeta e sonhador.

Se assim como aparece para as crianças, aparecesse pra mim uma linda fada, eu pediria a ela para que todas as pessoas pudessem ter algum tipo de envolvimento com a arte, pois sei que não precisaria de condão algum para transformar suas vidas. A arte transforma! E lutaremos por ela até o fim.  A Cultura é um espaço de voz, e será ouvido (quer queira ou não).

 

Por Thuane Campos, junho de 2016 

Foto: Andreza Rodrigues